O veterano na luta sindical, José
Thadeu Rodrigues de Almeida, ministrou a palestra da segunda mesa, com o tema:
“A importância da educação no projeto de desenvolvimento do Brasil”. Thadeu
reforçou os avanços do governo Lula e, agora, da presidente Dilma Rousseff com
programas de inclusão. Mas defendeu mudanças estruturais, sobretudo para a
educação, e o retorno do debate ideológico.
Para Thadeu, “ao chegar ao poder
abandonamos muito a luta por uma sociedade socialista”. A inclusão social tem
sido a inclusão no consumo. O perigo, para Thadeu, é perder “os corações e as
mentes, que passa pela disputa ideológica”. Para o professor, a identidade de classe
é diluída pela sociedade de consumo, pautada no individualismo e no hedonismo.
A consciência de classe e os
valores de solidariedade e comprometimento social devem estar no conteúdo do
ensino, no currículo escolar, nos materiais didáticos.
Enquanto projeto de inclusão, o
governo criou o Pró-Une, programa que concede bolsas de estudo integrais ou
parciais em instituições privadas de ensino. Hoje, lembrou Thadeu, mais de um
milhão de jovens tiveram acesso à universidade. Quando o governo criou o
Pronatec, mais de um milhão de jovens tiveram acesso aos cursos técnicos.
O governo está integrando milhões
de cidadão na formação acadêmica e técnica, mas para quê? Para Thadeu, “estamos
construindo um exército de alienados nas nossas próprias estruturas”. Um jovem
da periferia pode cursa medicina por meio do Pró-Une, mas ao se formar estará cooptado
pela sociedade de consumo e individualista. Qual será seu compromisso social
com a comunidade?
A inclusão pelo ensino, nesse
modelo, tem favorecido a qualificação para o mercado de trabalho. É preciso
retomar o debate sobre o modelo de sociedade que queremos. “Se não fizemos esse
debate em 20 anos assistiremos ao fim do SUS, da escola pública e das garantias
sociais”.
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