sábado, 19 de janeiro de 2013

Análise de conjuntura e defesa as reformas estruturais


A análise de conjuntura é uma forma de buscar compreender a sociedade a partir dos interesses dos trabalhadores. Esse foi o destaque da primeira mesa do dia 19, com as palestras de Alfredo Santos Jr., da juventude da CUT Nacional, e Carlos Veras, presidente da CUT Pernambuco. Para Alfredo, há hoje uma polarização entre a Europa e a América Latina. A crise mundial iniciou em 2008 e, segundo o dirigente, deve ainda durar um bom tempo.


Alfredo Santos Jr., da juventude da CUT Nacioanal, e Carlos Veras, presidente da CUT Pernambuco.
Foto: Flávio Japa / Agência JCMazella


A Europa enfrenta a crise mundial de uma forma antagônica em relação as ações da América Latina. Na Europa, grandes corporações tentam colocar a culpa no “custo social” e nos imigrantes, criando um cenário, muitas vezes, de xenofobia. Na América Latina, a economia está muito pautada no consumo interno.

Com os oito anos do governo Lula, deu iniciou ao que o sociólogo Emir Sader chamou de período pós-neoliberal. Um período de políticas distributivas, como o programa Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família. “Ações em que o Estado se coloca como indutor do processo econômico”, comenta Alfredo, caminho oposto à lógica da “mão invisível”, teoria do economista Adam Smith, que, no século 18, acreditava na autorregulação do mercado.

O presidente da CUT Pernambuco, Carlos Veras, contextualizou o Estado nesse processo. “Com o governo Lula, Pernambuco passou a ser um dos Estados que mais recebeu recursos”, comentou. Em contrapartida, apresentou pautas para o enfrentamento ao governo do Estado, de Eduardo Campos, sinalizando a precarização da saúde, educação e do trabalho no Estado. Outro ponto foi como o governo de Pernambuco vem estabelecendo parcerias duvidosas com a iniciativa privada.

A palestra de Alfredo e Calos se complementaram, na medica que a primeira enfatizou, no cenário brasileiro, o investimento interno, com programas de inclusão e os investimentos em infraestrutura. O consumo no Brasil está aquecido, “mas não há uma contrapartida da iniciativa privada de investimento”. Ao contrário, ainda ganha força uma proposição política do setor empresarial para reduzir custos na folha de pagamento e com impostos.

Sindicalismo independente e de classe

Há uma tradição no Brasil, que vem com o governo de Getúlio Vargas, de um sindicalismo organizado por categoria, o que enfraquece uma unificação interesses de classe. “Trabalhador faz a luta organizando as massas e não fazendo lobby, como é característico do setor empresarial”, comenta Alfredo. Para enfrentar essa realizada, Carlos, que proferiu sua palestra na sequência, complementou que a classe trabalhadora precisa unificar sua pauta e mobilizar a categoria por meio dos sindicatos e a classe por meio da CUT.

Agenda do sindicalismo combativo

Para Carlos e Alfredo, é preciso lutar pelas reformas estruturantes, entre elas ambos citaram a importância de democratizar os meios de comunicação. Defenderam também ações propositivas e independentes, como a construção do Plano Nacional de Educação (PNE). A classe trabalhadora precisa unificar as lutas e disputar o processo político para construção de uma sociedade mais igualitária. 

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